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Mágico
Mágico é tudo que me faz bem, mesmo na simplicidade. Acredito que para sermos felizes não importa onde estamos e o que somos. Ser feliz é ter na essência a satisfação de estar vivo.
Mágico para mim são a minha família, os almoços aos domingos, a visita na casa dos irmãos. Mágico são meus sobrinhos, minha pequena Júlia, são meus amigos, a minha vocação.
Mágico é ler um bom livro, é aprender, estudar, ver um bom filme, um bom papo. É ter um grande amor à vida toda.
No geral, mágico é ser feliz. Na medida do possível e na essência do significado desta palavra.
O que é mágico para vocês?
O amor acabou...
Crise de Sinceridade
Escreva
Amor que não se pede...

O amor é o sentimento primordial do ser humano. A ele, é dada toda a responsabilidade de ser feliz. É como se fosse um termômetro de felicidade. Se você está amando alguém, está feliz. Se não está, precisa urgentemente “amar” para estar dentro dos “padrões”.
Mas o fato é de que o amor é bem mais do que simplesmente “amar”. As aspas são inevitáveis, “amar” com aspas é diferente de um amar sem elas. As aspas envolvem todo um processo de dúvida. As aspas colocam em evidência os “amores” de hoje. Sim porque amor é amor e “amor” é outra coisa. Hoje o amor banalizou. Hoje “ama-se”, amanhã odeia-se, joga-se fora (literalmente).
A verdade é que amor de verdade, não se pede. Nasce, aflora, acontece. Falo de amores em geral.
Não tem como mendigar o amor de ninguém, implorar tão pouco, pedir então... Se desse certo, os mendigos das ruas estariam cheios de carinhos e atenção de todos. As crianças dos orfanatos estariam felizes com o amor paterno. Não dá para a criança ligar para o pai e dizer: “Pai me dá amor porque eu preciso” ou “Mãe, você tem como me amar?”. Não dá, entende?
Amor é algo que não se pede até porque, quem não tem para dar ou quem não quer dar, não vai te dar. É simples. Quem é seco de amor, não dá amor. Não tem como a mulher ligar para o ex-marido ou namorado e dizer: “Você pode me amar de novo, pode voltar o amor que tinha por mim?” ou “Não durmo há dias me ame agora, AGORA!”. Não dá. Desista. Você pode fazer mil loucuras, mas quem não te “ama” mais tem a remota chance de voltar...
É aí que entra a questão do livre arbítrio. Não adianta, quando o “amor” do outro acaba, você fica sozinho com o seu amor dentro do peito. Mas não vai dá-lo a quem pedir e sim para aquele que você quiser dar. Lembrando: Amor não se pede.
O amor é infinito, mesmo que por um momento ele possa transparecer ter fim. O amor não acaba aqui ou ali. Ele fica dentro de quem o sente de verdade, mesmo que o outro vá embora. E ir embora engloba milhares de opções, não somente o “ir embora” tradicional. E para esses que ficam, o amor que já foi sentido, nunca se repetirá. Foi único. Exclusivo.
O melhor de tudo isso é a capacidade de transformação que o amor possui. Ele se transforma. Renova-se. E isso é uma ótima notícia para quem “ficou” com o amor acumulado dentro do peito.
Quem ama de verdade, não ama em vão. Quem ama de verdade se transforma junto com o seu amor. Quem ama de verdade está a frente dos que ainda se preocupam em pedir o amor. Um sentimento que não se pede. Apenas doa-se. Simples assim.
Viva Cazuza

Há exatamente 20 anos eu entrava no mercado perto aqui de casa. Blusa branca, bermudinha vermelha e estava de mãos dadas com a minha mãe. O rádio do mercado tocava alguma música de MPB. De repente, a música é interrompida e uma voz muito bonita dá uma notícia que muitos temiam: “Morre nesta tarde o cantor Cazuza”. Eu tinha treze anos e lembro-me como se fosse hoje. Ficou marcado, não somente para mim, mas também para muitos brasileiros que admiravam o seu trabalho.
Cazuza não era exemplo para ninguém. Não era o bom moço. Rebelde sem causa, filho de pai rico e exagerado. Mas havia algo nele que era indiscutível: o seu trabalho, suas letras, suas músicas, seu talento.
A primeira vez que ouvi Cazuza tinha uns oito anos. A música Exagerado estava estourada em todas as rádios e lembro-me muito bem do meu radinho de pilha em cima da cama tocando sem parar. Tive a sorte de assistir Cazuza em programas de televisão, entrevistas, folhear revistas com matérias sobre ele.
Até o anúncio da doença, Cazuza colecionou hits, e depois da mesma, conseguiu escrever como ninguém, a inspiração não o abandonou. Poucos conseguiriam escrever no auge de um drama: “Senhoras e senhores trago boas novas, eu vi a cara da morte e ela estava viva!” ou “Vida louca vida, vida breve, já que eu não posso te levar, quero que você me leve!” e por aí vai.
Talento não se discute. Obra prima tão pouco.
Cazuza foi polêmico. Foi gênio. Foi exagerado. Foi Cazuza.
E pensar que algumas letras de anos atrás são tão atuais:
“Transformam um país inteiro num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro"
“Ideologia eu quero uma pra viver”
“Meus heróis morreram de overdose, meus inimigos estão no poder”
“Brasil mostra a tua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim”
Uma singela homenagem ao insubstituível. Viva Cazuza!
Preguiça

Encontro-me em TPM, irritada, sonolenta, irritada, faminta, meio amarga e irritada de novo. O amargo de uma mulher com TPM é mais amargo que o amargo normal. Poderia ser um amargo mais para o doce (se é que existe), mas além de nós sofrermos com nossas inseguranças, a TPM vem com o amargo mais amargo do mundo.
Como se não bastasse esse amargo de TPM, hoje estou meio "assim assim"... Talvez por ainda não ter feito o gol no jogo da minha vida. Nem que seja aquele gol “sem querer querendo” que os jogadores juram que foi milimetricamente calculado. As bolas têm batido na trave. Várias vezes, e quando acho que irei gritar gol, ficar rouca, me descabelar de alegria: A trave está ali, impedindo o gol.
Hoje eu li a seguinte frase: “Com vinte você quer experimentar tudo, com trinta você quer construir tudo. Não vejo a hora de fazer quarenta e querer só viver mesmo. Preguiça...”.
A palavra do dia é essa: Preguiça. Preguiça de ver injustiças. Preguiça de ver a bola bater na trave. Preguiça de esperar o gol. Preguiça de esperar. Preguiça de tudo que me cansa.
Talvez seja hoje, só por hoje, a palavra preguiça tenha tanta importância. Talvez por estar meio assim assim, meio TPM, meio anormal. Amanhã a palavra do dia pode ser: Avante, levante, estude, brinque, viva.
Mas por hoje, minha palavra é preguiça e tudo o mais que ela possa representar para alguém. Apenas hoje. Só por hoje.
p.s. A frase é de Tati Bernardi (www.tatibernardi.com.br)
Pessoas
A Elite nossa de cada dia...

Infelizmente são notícias que vendem. Que rendem uma boa grana. Não! não sou revoltada, não invejo o glamour dos outros. Mas como toda “ocupante” da classe C do país – a dos pobres – fico revoltada.
A elite, no alto da sua torre, bem lá longe na sua cobertura de luxo, não sabe o que o pobre coitado do brasileiro passa.
Os sorrisos das capas de revistas –e dentro delas- denunciam suas alienações quanto ao “pão que o diabo amassou” que é cotidiano na vida do menos favorecido.
Não! Não sou adepta à política do “hobbin rood”. Porém sou a favor de uma distribuição de renda justa. Com condições de moradia, de cultura, de estudo. Já dizia o poeta: “a gente não quer só comida, quer comida, diversão e arte”.
Queremos sim, queremos ser enxergados, queremos ser valorizados.
É claro que tem muita gente boa nesse meio, muitos artistas engajados, muitos jornalistas que honram o diploma. Mas quando se passeia pelo “twitter” de alguns, pelo “blog” de outros, o que mais se vê é uma GRANDE BRIGA DE EGOS. Um querendo aparecer mais que o outro e por aí vai...
Hoje estava pesquisando sobre movimentos sociais e achei uma matéria muito absurda. Já havia ouvido falar neste assunto, mas não tinha tido o desprazer de ler. A matéria, em uma coluna de um jornal muito conceituado de São Paulo, foi escrita por uma pessoa muito “culta” e conhecida na sua função. Jornalista renomada que vomita seu preconceito social e seu elitismo escrachado, não mede conseqüências ao debochar do pobre coitado do brasileiro, aliás, ouvi dizer que a tal pessoa critica tudo quanto é “povo”, enfim, apenas um exemplo do que a “alta sociedade é capaz”, logo abaixo no link.
A matéria é intitulada como “Cultura de bacilos (bactéria)” e tem na sua primeira frase o seguinte: Se usamos verbas públicas para ensinar hip-hop, rap e funk, por que não incluir na lista axé ou dança da garrafa?
Quem quiser ler a matéria e as respostas, a esse desastre jornalístico: clique aqui.
Não sou adepta ao funk, não sou fã de hip-hop ou rap (mas escuto MV Bill) e tão pouco critico quem os faz. Não estamos falando aqui de ritmo musical, estamos falando de Movimentos Sociais. E movimento social é tudo a que o brasileiro desesperado se apega. É no movimento social que muitos saem do crime, abandonam seus pensamentos fúteis ou simplesmente sentem-se mais felizes. O povo brasileiro precisa de muito mais. Já disse isso e todo mundo já sabe.
Agora criticar o governo porque foram doados 60 mil dólares para o Movimento social do hip-hop (que faz um trabalho belíssimo, procure saber) é o ápice do preconceito social. Parece-me que a ascensão da classe pobre incomoda a elite, assim como foi na ditadura, assim como foi em todos os nossos "500 anos".
Engraçado que ninguém criticou a doação de mais de um milhão de reais dada ao Caetano Veloso (músico magnífico), mas que – cá pra nós- não tem condições de arcar com a sua turnê? Ou porque ninguém criticou a doação de setecentos mil reais dada à cantora Malu Magalhães para que propague sua turnê? Diga-se de passagem, que a cantora tem um contrato com a Sony, uma das maiores gravadores contemporâneas. Enfim, não entendo. Não entendo porque o pobre sempre causa polêmica, sempre se ferra, sempre causa asco, náuseas ou sei lá mais o quê na elite.
Quero seres humanos melhores. Quero dias melhores. Quero meu espaço. Assim como milhões de brasileiros. Chega!
P.S. Vale à pena clicar no link acima e ler todas as respostas dadas a essa “jornalista”. E esse post não foi uma defesa musical, mas sim, uma defesa ao povo brasileiro, pessoas que deveriam ser mais lembradas.
Muita Paz e Luz para todos!
Chove chuva

Acreditar na vida...
Não é fácil falar nessas horas. Pior ainda é viver nesse caos, sem ao menos saber se, dessa vez, será a última...
Meus sentimentos às vítimas das enchentes do estado do Rio de Janeiro, principalmente as crianças. Elas não mereciam, aliás, ninguém!
Muita Paz e Luz para todos!
Cadê o sentimento que tava aqui?
Incrivelmente nós, aqui do outro lado da telinha, suspiramos a cada beijo e a cada vitória do casal. Como é bom ficar imaginando que poderia ser um de nós o “galã corajoso” ou a “musa indefesa”.
Nesse parâmetro de “relação Global” vivemos uma incansável busca pela “alma gêmea”, “pela metade da laranja”, pela “tampa da panela”, pela “pedra que incomoda o sapato” ou sei lá mais o que. Procuramos, procuramos e procuramos. Não tem que ser qualquer um, tem que ser “A mulher”, “O cara”. Até porque “nos achamos” muito para nos apaixonar por um (a) qualquer.
E partindo desse princípio as relações estão cada vez mais rasas, descartáveis, instantâneas. Não dá para perder tempo com o nosso parceiro atual, “sempre vai ter um melhor dando sopa” e nessa premissa corremos o risco de procurar a vida toda, pelo príncipe ou princesa encantada, e acabarmos sozinhos.
Na minha humilde opinião não há homem ou mulher perfeitos. São perfeitos sim, no começo do relacionamento onde qualquer gesto errado é considerado lindo: “Ah, não ligo se ele palitar os dentes é até bonitinho”, “Ah não ligo de ela gastar muito, ela só faz isso para ficar linda para mim”, “Ah, não ligo se ele é flamenguista” e por aí vai...
Sabe acho triste quando um relacionamento acaba. Acho sim. E defendo, acima de tudo, o bem estar de cada um, de verdade. Mas também acredito que qualquer relacionamento tem altos e baixos (muitas vezes mais baixos). E eu disse qualquer relacionamento, ou seja, podemos até trocar de parceiro, mas sempre vai ter alguma chatice para aturar de ambos os lados. Sempre. Já ouvi por aí que “é fácil acreditar em Deus quando se tem tudo”, o que me faz lembrar que é muito fácil amar alguém quando esse alguém está por cima, quando faz seu coração balançar, quando as pernas tremem e quando você fica na ânsia de conquistá-lo. O difícil é a reconquista, é a construção diária, a compreensão e a demonstração de afeto contínuo (assim como era no começo).
Conquistar é fácil, difícil é manter a conquista e quando isso não acontece a culpa é sempre do outro. Nunca olhamos para nós mesmos e enxergamos nossos erros. Olhamos com os olhos acostumados para aquela pessoa que já foi, um dia, muito importante para nós. Sendo assim, acordamos um belo dia e decidimos que vamos partir para outra. "Já deu", "já era" e eu quero ser livre. Mas lembre-se que ser livre é um estado de espírito, não uma condição.
Tem gente que é “livre”, mas é aprisionado ao vício, ao seu egoísmo e por aí vai. Você não é um prisioneiro apenas porque possui uma relação estável com alguém, na verdade, ninguém aprisiona ninguém. É aquela velha história de não “prender quem amamos porque se são nossos sempre voltam”. Quem ama de verdade sente-se livre. Porque o amor não é uma prisão. O amor é vida. Assim como o ar que respiramos. Já experimentaram prender o ar nos pulmões? Então... É bem por aí a idéia.
Acredito que qualquer um tem o direito de optar pelo que for melhor para sua vida. Cada um é responsável pelo que planta. Se plantar amor vai colher amor e assim sucessivamente.
Só para relembrar, na trama das novelas, os mocinhos enfrentam todas as barreiras para ficarem juntos. E todos nós admiramos muito isso. O triste é que na realidade apenas valorizamos os dias que passamos nas “nuvens”. Na hora de descer a ladeira pulamos antes de chegar lá embaixo (sem ao menos tentar evitar a queda).
Em tempo: o Amor DE VERDADE, não requer exposição nenhuma. Ele é sentimento. E isso já basta...
É triste... E é verdade...

Em muitos casos Brasil afora, vemos pessoas condenadas por engano, defensoria falha, advogados (há exceções) corruptíveis. Mas também, o que fazer se tudo nesse país está meio assim fora do normal?
A gente fica olhando o circo montado e temos a impressão que eles devem achar que nós brasileiros somos os “cornos mansos”, “mulher de malandro” entre outros. Na verdade, acho que me sinto meio “corna” desse país, que vive me traindo, se contradizendo e sempre me decepcionando.
Igual a mim tem aos montes em cada canto desse país, isoladamente ou em conjunto dão uma “xingadinha” quando assistem alguns “urubus” renunciarem da “carniça” e com a cara mais lavada do mundo, voltar quatro ou dez anos depois, que seja, mas sempre voltam.
Esse ano é ano de eleição. A urna não é lixeira, na verdade, use-a para tirar o lixo acumulado do Congresso. Já passou da hora, o cheiro já tomou conta e o fedor é insuportável.
Tenho a impressão de que a auto-estima do brasileiro tem a profundidade de um penhasco, lá em baixo. E às vezes tenho a impressão de que o Brasil não está à beira do penhasco, já deu um passo à frente faz tempo.
Reticências...
Eu, eu mesmo e o computador...

Amigo de fé, quem é?

Ser Humano

"Tristeza no dos outros é refresco..."

Simples assim...

E a vida segue...

Tenho sido muito repetitiva quando falo de sofrimento, dor e de gente humilde que luta pelo seu lugar ao sol. É muito difícil ser esclarecida nessas horas. Queria ser ignorante e fechar os olhos para tudo que vejo. Mas é impossível.
Ver pessoas sofrendo e não sentir nada é como admitir que o meu coração apenas bate. A necessidade de ser humano em algumas horas é da nossa própria essência. Pelo menos da minha.
Se a vida não está colaborando...

A dor

A dor é inigualável. À medida que toma conta do ser humano vem para nos mostrar e nos fazer refletir o quanto somos frágeis.
A dor, em questão, não é a dor física, mas sim, a dor da alma. Somente aqueles que sentiram sabem descrever a sensação do que é perder sonhos, perder amigos, perder parentes, perder um amor.
Os meus mais sinceros sentimentos às vítimas das enchentes e deslizamentos por esse Brasil afora, em especial, Angra dos Reis.
“Mesmo com tanta ilusão perdida
quebrada
Mesmo com tanto caco de sonho
até hoje
a gente se corta”
(Alex Polari)