Falta de tempo!!!!


Gente é tanta coisa no dia a dia que não sobra mais tempo nem para escrever (um dos meus passatempos favoritos). Escrever é um desabafo, uma terapia. Escrever sobre algo, sobre mim, sobre o que penso ou deixo de pensar. Nessa correria desses dias, pensei muito nessa nova era em que passamos. Tudo correndo, tudo com pressa, tudo, tudo e tudo. Não sobra mais tempo para ligar para os amigos e tão pouco para receber chamadas.

Sempre dizemos que vamos marcar algo, vamos almoçar, pegar um cineminha, ouvir uma música e tal. Cadê meu tempo de sobra? Não tem mais? Preciso de tempo para fazer nada. Preciso de tempo para fazer tudo. Chega a ser engraçado... Falo ao celular almoçando em frente ao lep top. Dou “tchauzinho” para minha mãe na janela devido à falta de tempo para ir a casa dela. Meu irmão mora a dois andares acima do meu, nos falamos pelo telefone (cadê o tempo de ir lá).

Hoje na rua passei por uma amiga: - Me liga, estou com pressa! Pois bem, vim aqui desabafar minha falta de tempo. Tempo para pensar, repensar, agir, fazer tudo com calma (porque na falta de tempo decidir bem é uma perda de tempo!).

Ser mulher nessa nova era então! Meu Deus! Temos que arrumar tempo para ficarmos lindas e fazer todas as nossas responsabilidades. Temos que arrumar tempo para ler, para fazer dieta, ir à academia, cuidar dos filhos, pagar o condomínio, pagar o colégio, ir ao banco, sacar dinheiro, fazer almoço, lanche da filha, falar com a professora, o dever de casa, checar emails, ir ao salão, cabeleireiro, trabalhar, estudar, ir ao mercado, ler historinhas, arrumar a casa, fazer a faxina, padaria, ter paciência, ter tolerância, ser mulher feminina, educada, agüentar as cantadas de pedreiro na rua, comprar os cremes do cabelo, do rosto, do corpo, ler o livro a dois meses na cabeceira da cama, lavar a roupa, lavar a louça, aprender com tudo e perceber que também precisamos de tempo para ficarmos cansadas.

Ufa! Cansei!

Tem algumas coisas na nossa vida que teimam em voltar, insistir, perturbar e sei lá mais o que... Parece que fizeram contrato assim que nascemos: “Favor ‘encher o saco’ dessa pessoa até ela desistir ou explodir de raiva”. Ainda não explodi e tão pouco desisti. Mas confesso que tem horas que quanto mais você nada a correnteza vem mais forte e mais forte. E agora? O que fazer? Lamentavelmente não há muita coisa a fazer. Esperar a poeira baixar, aguardar o melhor momento para agir ou simplesmente EXPLODIR DE VEZ!!! Se você optar por explodir: Cuidado! Seus “caquinhos” podem atingir quem não tem nada a ver com a situação. Se optar por desistir: Cuidado de novo! Sua desistência só prejudicará a você mesmo. No entanto, ainda há uma esperança: Seja honesto com você mesmo. Seja claro e objetivo: Identifique onde o teu “calo” aperta e cuide dele até ele desaparecer de vez! É como aquela velha frase – e sábia: “Se não puder com ele, junte-se a ele” (mais ou menos assim). Então seja o que for que veio para te encher e tornar a correnteza cada vez mais forte: tenha calma. Não adianta lutar com quem não se pode. Apenas tenha paciência. Os dias de calmaria podem tardar. Mas chegam para todos.

30 e alguns...



Sou mulher de 30 e alguns. Apesar da insegurança em revelar os “alguns” quero dizer, sinceramente, que estou muito feliz com os meus “30 e alguns anos”. Aprendi a gostar de mim e, sobretudo entender que envelhecer é aprender.

Quero sim, ficar muito velha, pois somente assim vou ver muitos fatos acontecerem na minha vida e no mundo! Que tristeza morrer jovem! Quero morrer velha! Mas deixemos essa idéia de morte de lado. Quero falar de vida. Gosto da minha maturidade, da minha experiência, do que construí até aqui. É muito bom sentir essa maturidade, saber a hora certa de falar, escolher, decidir. Anos atrás sofria mais de ansiedade do que hoje, queria fazer tudo ao mesmo tempo, não tinha paciência para conversas demoradas. Me magoava facilmente e ligava muito para o lado estético. Me matava horas na academia. Corria, fazia aulas e mais aulas para definir o corpo. Não que hoje isso não preencha mais minhas horas, mas malhar para mim hoje é uma questão de saúde, não de esculpir o corpo para os outros olharem, como se fosse um prêmio você ir à praia aos domingos e exibir tudo o que você “construiu” na malhação.

É claro que nós mulheres de 30, somos mais maliciosas, não acreditamos em qualquer historinha que nos contem. Que bom! Já posso dizer que estou livre de certas lorotas cotidianas.

Hoje eu sei que a melhor saída para um envelhecer de bem com a vida é fazer o bem, é ter amigos verdadeiros, é se livrar da praga dos rótulos: linda, sarada e magra! Não vou ser hipócrita em dizer que não gosto de ser magra, que nunca fiz dieta (e quem não fez?). Mas faço por mim, pelo meu bem estar, não porque a sociedade exige a “mulher perfeita” que, cá pra nós, eu nem sei se existe.

Acredito que envelhecer bem mesmo, é aceitar que a lei da gravidade existe, que as rugas aparecem e o que ao invés de lamentar-se por isso é agradecer por cada experiência, por cada tropeço, cada choro, cada alegria e cada loucura vivida, sentir-se linda e acima de tudo cultivar coisas que realmente nos deixarão com a cabeça boa, lúcida e sempre jovem.

Então tá, não é nem um terço do que pretendia dizer, mas não voltaria aos meus 20 anos, salvo claro, se estivesse com a cabeça que eu tenho hoje em um corpinho de vinte!! Mas como isso é impossível - e que bom porque se não o que iria ter de velhinhas por aí na fila querendo voltar no tempo...

Outro dia li um texto de Arnaldo Jabor (que de vez em quando acerta) que dizia assim: “Sim, nós admiramos as mulheres com mais de 30 por um “sem” número de razões. Infelizmente, isso não é recíproco. Para cada mulher de mais de 30, estonteante, inteligente, bem apanhada e sexy, existe um careca, velho, pançudo em calças amarelas bancando o bobo para uma garçonete de 22 anos.”

E não é que ele tem razão! Concordo plenamente! Então sou mulher de mais de 30 e feliz!