A morte do amor
Todo amor
morre. Sinto em ser portadora dessa triste e inoportuna notícia, mas todo amor
morre. Amores bonitos, impulsivos, cúmplices, rotineiros, juvenis, maduros,
impossíveis, platônicos, correspondidos: todos eles morrem. Não importa se são bonitos e sinceros: todos morrerão. De forma súbita ou lenta. Mas a maioria morre
mesmo é de “morte matada”.
O amor morre
na ignorância e estupidez dos seres humanos. Morre na constante busca pela “massagem
no ego”, pela satisfação pessoal em querer e ter sempre alguém diferente. O
amor morre quando nos traímos: ao que sentimos, ao que queremos, ao que
prometemos. Na verdade o amor morre quando a gente trai a nossa essência. Pior
do que trair a confiança do outro é trair a nós mesmos. O amor morre nas
palavras não ditas. Nas palavras ditas em excesso. Nos exageros de vaidade. Na
ausência, e morre na presença de quem nunca está.
O amor vai
morrer e todas as lágrimas secarão. Não há porque escorrer lágrimas de saudades
ou ansiedade para o que não existe mais. Não há como sentir falta do que nunca
existiu. A saudade, assim como todos os sentimentos que vem juntos com o amor,
é viva e lateja por aquilo que respira. Não há como correr sangue pelas veias
por algo que morreu. Por um cadáver de sentimento.
Todos os
amores morrem e vão para o céu dos sentimentos ou para um lugar bem escondido
dentro da nossa alma. A alma guarda e suporta para quem sabe um dia - esse amor - volte a nos fazer acreditar que de alguma forma, a próxima vez será eterna.