Amor que não se pede...

O amor é o sentimento primordial do ser humano. A ele, é dada toda a responsabilidade de ser feliz. É como se fosse um termômetro de felicidade. Se você está amando alguém, está feliz. Se não está, precisa urgentemente “amar” para estar dentro dos “padrões”.
Mas o fato é de que o amor é bem mais do que simplesmente “amar”. As aspas são inevitáveis, “amar” com aspas é diferente de um amar sem elas. As aspas envolvem todo um processo de dúvida. As aspas colocam em evidência os “amores” de hoje. Sim porque amor é amor e “amor” é outra coisa. Hoje o amor banalizou. Hoje “ama-se”, amanhã odeia-se, joga-se fora (literalmente).
A verdade é que amor de verdade, não se pede. Nasce, aflora, acontece. Falo de amores em geral.
Não tem como mendigar o amor de ninguém, implorar tão pouco, pedir então... Se desse certo, os mendigos das ruas estariam cheios de carinhos e atenção de todos. As crianças dos orfanatos estariam felizes com o amor paterno. Não dá para a criança ligar para o pai e dizer: “Pai me dá amor porque eu preciso” ou “Mãe, você tem como me amar?”. Não dá, entende?
Amor é algo que não se pede até porque, quem não tem para dar ou quem não quer dar, não vai te dar. É simples. Quem é seco de amor, não dá amor. Não tem como a mulher ligar para o ex-marido ou namorado e dizer: “Você pode me amar de novo, pode voltar o amor que tinha por mim?” ou “Não durmo há dias me ame agora, AGORA!”. Não dá. Desista. Você pode fazer mil loucuras, mas quem não te “ama” mais tem a remota chance de voltar...
É aí que entra a questão do livre arbítrio. Não adianta, quando o “amor” do outro acaba, você fica sozinho com o seu amor dentro do peito. Mas não vai dá-lo a quem pedir e sim para aquele que você quiser dar. Lembrando: Amor não se pede.
O amor é infinito, mesmo que por um momento ele possa transparecer ter fim. O amor não acaba aqui ou ali. Ele fica dentro de quem o sente de verdade, mesmo que o outro vá embora. E ir embora engloba milhares de opções, não somente o “ir embora” tradicional. E para esses que ficam, o amor que já foi sentido, nunca se repetirá. Foi único. Exclusivo.
O melhor de tudo isso é a capacidade de transformação que o amor possui. Ele se transforma. Renova-se. E isso é uma ótima notícia para quem “ficou” com o amor acumulado dentro do peito.
Quem ama de verdade, não ama em vão. Quem ama de verdade se transforma junto com o seu amor. Quem ama de verdade está a frente dos que ainda se preocupam em pedir o amor. Um sentimento que não se pede. Apenas doa-se. Simples assim.