Amigo de fé, quem é?




Em uma dessas cenas de novela eu vi uma mãe dizer para a filha esta frase: “Só serei feliz se você for”. Imediatamente pensei o mesmo com relação a minha pequena. Qual mãe em sã consciência não pensaria desta maneira? É impossível ser feliz vendo o sofrimento de um filho. Fato.

Neste mundo competitivo, que outra pessoa, salvo nossos pais, diria uma frase dessas para a gente? Complicado, né? Eu e minhas divagações de vez em quando... Perdoem meus amigos, mas hoje em dia, é difícil encontrar alguém tão puro de coração que possa ficar feliz com as nossas vitórias. Sempre sobra aquela invejinha, despeito e rancor.

O otimismo impera na minha pessoa, mas nesses casos de gratidão, “amigos para o que der e vier” eu fico muito com o pé atrás, infelizmente. Se a pergunta é: Você já se decepcionou com amizades? A resposta é: Sim, muitas vezes e sinto em dizer que isso é contínuo. Não que me considere a melhor pessoa do mundo, mas uma coisa eu tenho certeza do que sou e bato no peito: Sou sincera. Sou amiga dos meus amigos e torço por cada um a minha maneira.

Tenho poucos e grandes amigos. Tenho amigos que eu sei que torcem por mim e eu igualmente.

Então eu pergunto para vocês: Até que ponto você ficaria feliz com a vitória de um amigo seu? Até que ponto você perderia o sono com o problema de cada um? Você tem amigos de verdade? E quantos?

Eu já fiz as minhas contas...Façam as suas!

Ser Humano




Ser humano é ser imperfeito. Não há padrão de beleza ou de vida. Aceitar seus medos, suas imperfeições é o primeiro passo para se humanizar. Estamos aqui com o propósito de viver a vida da melhor maneira possível. Sim, estamos. E é a partir deste princípio que, nós humanos, precisamos nos desligar dos estereótipos que nós mesmos criamos.

Reconhecer nossos erros, nossas frustrações, ilusões, agonias e entender que isso faz parte da vida nos fazem sentir humanos. Somos humanos, somos errantes, pensantes, somos gente.

Seja você mesmo. Assim como aceitamos os dias de sol ou de chuva. Se está frio ou calor. Se é dia ou noite. Então se aceite como você é.

Não somos super heróis. A partir do momento que enxergarmos nossa vida como a NOSSA VIDA, nunca mais precisaremos provar nada para ninguém.

"Tristeza no dos outros é refresco..."



Sinto-me como alguém que ficou em coma durante 20 anos e não sabe onde está e em que mundo está vivendo.

Então eu grito: “Parem o mundo eu quero descer...”

Não sei mais o que acontece. Não sei mais se é melhor chover ou se é melhor derreter ao calor escaldante no verão.

As notícias me atemorizam, tantos as corriqueiras referentes a um assaltante de galinhas até as catástrofes como a recente no Haiti. Mas o que mais me deixa “aliviada” por ora, é o fato de que nada mais absurdo poderia acontecer. Nada mais pode chocar-me aos ouvidos ou aos olhos ou aos dois juntos. Em tempos em que jornalista ri do povo descaradamente na televisão, em tempos em que o dinheiro público é guardado na meia, em tempos que a palavra panetone nunca foi tão comercializada e ridicularizada em pleno Natal. Nada mais me chocaria. Nada.

Com esse sentimento de que nada mais poderia acontecer neste mês, ao menos, deparo-me com um vídeo onde a teoria de “toda desgraça para pobre é pouca” se ratifica.

Assistam ao vídeo clicando no link abaixo para entender melhor a minha indignação.


Para quem ficou com preguiça de assistir ao vídeo ou não teve tempo, eu explico:

Em entrevista ao Jornal do SBT, o Cônsul Haitiano George Samuel Antoine, não percebendo que a câmera estava ligada, num papo “descontraído” vomita a seguinte declaração sobre os acontecimentos no país onde ele é o represente de seus compatriotas [!]:

“Desgraça de lá está sendo uma boa pra gente aqui ficar conhecido. Acho que de tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo. O Africano em si, tem maldição, todo lugar que tem africano tá f*...”

Analisando ao vídeo tenho algumas indagações:

1-É pegadinha, a pessoa que me mandou esse vídeo sabe que situações como esta deixam-me IRADA

2-Esse senhor não é um Cônsul Haitiano e sim, alguém que após ter ingerido substância ilícita por demais, invadiu aos estúdios de TV e fez tais declarações infames.

3-Ele é Cônsul sim, falou aquilo sim e nós todos aqui é que somos o tal “povo amaldiçoado” (já que africano é um povo amaldiçoado, o que somos nós brasileiros descendentes de tal raça?)

Na minha humilde opinião e até onde eu saiba, para se conseguir um cargo de Cônsul é necessário amplo conhecimento do seu país e acima de tudo ter amplo conhecimento intelectual. Não sei se o Sr. George Samuel Antoine passou direto na matéria de História ou se leu algum livro de Antropologia, o que me parece a primeiros olhos é: Ele não é ignorante. É pior, ele é pré-conceituoso.

Dizer que o povo africano tem maldição é igual dizer que “favelado” é culpado da violência no Rio, ou que índio é preguiçoso porque fugiu da escravidão, ou que daqui a pouco vai tremer tudo aqui no Brasil já que está cheio de descendente africano por aqui, o bastante para colocar muito prédio de luxo abaixo (mas não vem ao caso).


O Haiti é um dos países mais pobres do mundo, condenado a viver muito tempo sob a “desgraça” da ambição do homem europeu nos séculos XVII e XVIII, vive hoje com 80% da sua população abaixo da linha de pobreza. Sendo o primeiro país da América a conquistar sua independência, não sabia que o pior ainda estaria por vir:Massacrado pelas guerras civis, misérias, doenças, furacões e agora mais recente, terremoto. Se antes a água potável era luxo, tenho calafrios de pensar em como a situação está agora após esta tragédia. Nada foi acrescentado ao Haiti e tudo foi tirado. Uma região que já deu muitos lucros para os seus colonizadores, hoje possui uma economia destroçada e em ruínas. Como em tantos outros que sofreram nas mãos dos imperialistas europeus destinados a tirar tudo das suas colônias sem a mínima pena e com a máxima crueldade.(A foto ao lado é o Haiti antes do terremoto, imaginem agora?)

Quanto ao povo africano. COITADO. Amaldiçoados foram os que tiraram à força mais de quatro milhões de negros de suas cidades para obrigá-los a trabalhar forçadamente em um regime desumano de escravidão e descaso pela sua causa. Considerado sem alma pela sua cor, os negros, eram vendidos como mercadoria barata ou cara nas praças de negociantes de “alma limpa” e “abençoados por Deus” por serem brancos.

Analisando a afirmação “onde tem africano tem desgraça”, o que posso falar é: O continente mais pobre e mais arrasado do mundo é o Africano, estraçalhado pelas políticas imperialistas e desmembrado na época da escravidão, é hoje, o “pobre coitado mundial” que depende de recursos dos poderosos “piedosos” que se “sensibilizam” com a sua causa. Dos trinta países mais pobres do mundo, 21 são africanos. Eis aqui alguns que vivem na mais cotidiana desgraça: Somália, Serra Leoa, Etiópia, Ruanda, Costa do Marfim, entre outros. Cada um com a sua própria história de exploração e degradação social.

O que fica nessa minha enorme reflexão (nunca escrevi tanto) é: O mundo do jeito que está, cada vez mais nos mostra que o homem não honrou o seu compromisso de “amar ao próximo como a si mesmo”.

Cada vez mais somos sugados pela nossa ignorância, ambição, indiferença, crueldade, preconceito, acomodação e tantas outras “qualidades”.

Desde que o mundo é mundo os mais fortes e poderosos arruínam e dominam os mais fracos. Claro que na história mundial há muitos que deram a vida por uma sociedade mais justa e mais humana, com mobilidade social e menos opressiva. E muita das vezes, quando fico nas minhas leituras sobre essa gente, fico imaginando que, se fosse possível encontrar um deles eu perguntaria: “Vocês fariam tudo de novo?” ou “Valeu à pena?”.



P.s. Em sua defesa, o Sr. George Samuel Antoine, diz que foi mal interpretado e que por não saber falar bem o português trocou as palavras. Diga-se de passagem, que o Cônsul mora no Brasil desde 1975. Além de um bom livro de História e Antropologia, ele deveria comprar o novo dicionário da Língua Portuguesa (mas acho que o português dele iria piorar com essas novas regras de tira “hífen”, tira “trema”... enfim)

Socorro São Judas Tadeu!!!!!!!

Aqui vos escreve Juliana Dias ainda com esperança. Afinal, tentar parar o mundo e descer só o Silvio Brito tentou, e isso foi lá nos anos 70...

Simples assim...



Já dizia Mario Quintana que a FELICIDADE é um sentimento simples e que talvez por não perceber a sua simplicidade nós corremos o risco de deixá-la ir embora. É verdade, a felicidade não tem um caminho certo, não vem com códigos, bula ou manual.

A felicidade é simples. Tão simples que, muitas das vezes, ela está ao nosso lado e não a percebemos.

Costumo dizer quem tem muita gente cega por aí. Tão cega que costuma tropeçar na sua felicidade quase todos os dias e não se dá conta. Está tão acostumada com tudo que conquistou que não percebe o quanto é importante manter. Conquistar é estimulante, é desafiante, ir atrás mesmo, sentir-se realizado por ir à luta. Manter o que foi conquistado é que complica. Ninguém mantém. Ninguém olha e diz: “Sou feliz com o que tenho”.
Já falei aqui que quero meu lugar ao sol e que estou em busca de muitas conquistas. Sim, é verdade. Mas é verdade também, que me permito olhar para o que tenho e sentir-me privilegiada e agradecer por tudo.

Então:

Pergunte o que seria a FELICIDADE para alguém que não pode andar?

Pergunte o que seria a FELICIDADE para alguém que perdeu alguém que ama?

Pergunte o que seria a FELICIDADE para alguém que não consegue engravidar?

Pergunte o que seria a FELICIDADE para alguém que não tem emprego?

Pergunte o que seria a FELICIDADE para alguém que está longe dos parentes?

Pergunte o que seria a FELICIDADE para alguém que está só?

E por aí vai. Situações simples para alguns, porém como um sopro de VIDA e FELICIDADE para outros.

Agradeça por andar, por ter um amor, por ter filhos, por ter um emprego, por ter família, por não sentir solidão e por tantas outras FELICIDADES SIMPLES que cercam sua vida.

E a vida segue...



Tenho sido muito repetitiva quando falo de sofrimento, dor e de gente humilde que luta pelo seu lugar ao sol. É muito difícil ser esclarecida nessas horas. Queria ser ignorante e fechar os olhos para tudo que vejo. Mas é impossível.

Ver pessoas sofrendo e não sentir nada é como admitir que o meu coração apenas bate. A necessidade de ser humano em algumas horas é da nossa própria essência. Pelo menos da minha.

Eu sempre tive quase tudo o que quis. E minha filha caminha para o mesmo. Claro, meus pais nunca compraram o desnecessário para mim. E se compraram me demonstraram que aquele brinquedo ou aquela roupa custou dinheiro e o suor do trabalho de cada um.

Neste sentido, admiro quem vai à luta pelos seus objetivos. Ganha o pão de cada dia e faz um agrado aos que amam. Mas não admiro quem tem muito e nada oferece. Quem fica na sua redoma de vidro, fingindo que nada está acontecendo e assim segue a sua vida indiferente e [mais que isso] contaminando os que o cerca com a sua indiferença.

É muito fácil dizer que algumas pessoas são demagogas, que apenas falam. Mas se falar muito o incomoda, aqui faço a minha pergunta: O que você fez até o dia de hoje para diminuir o sofrimento alheio? Nem que seja uma dor de cabeça do próximo? Se a resposta for negativa, você precisa rever seus conceitos.

E digo mais, se não abrirmos os olhos, nosso futuro pode ser pior. Pobre nunca teve vez na história mundial. O negro foi massacrado até quando pode ser feito. E muita gente fica abrindo a boca bem grande para vomitar besteiras, dizendo que o pobre no Brasil só quer saber de “esmolas” do governo e que negro é bandido.

Quem lava o teu chão? Quem recolhe o teu lixo? Quem te serve no restaurante? Quem dirige o teu carro? Quem dirige o teu ônibus?

É o pobre negro que limpam a "passarela" para você poder passar!

É muito fácil dizer que não tem preconceito. Que pobre merece mais que um salário mínimo. O difícil é dizer bom dia ao teu porteiro quando você sai do seu prédio de luxo . Difícil é guardar o seu lixo na bolsa, ajudando os garis que vem atrás limpando sua sujeira.

Difícil é engolir alguém tão culto, branco e de olhos azuis e do mais alto calão jornalístico esnobar (e vomitar seu preconceito de classe) ao pobre coitado do trabalhador que, apesar da merda de salário e de varrer o lixo de gente porca na rua, ainda tem ânimo para desejar feliz ano novo. Boris Casoy você sim é uma ver-go-nha!

"Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência" (Essa frase é de um pesquisador que viveu na função de gari por 8 anos em função da sua tese de Mestrado.O psicólogo Fernando Braga sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. ‘Professores que me abraçavam nos corredores da USP, passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão’, diz.)

Se a vida não está colaborando...



Vamos encontrar mil razões para que tudo possa acabar bem. Não estamos aqui para conformar-nos com a sorte dada. Vamos esperar por dias melhores, lutar por tudo que sabemos que merecemos.

Todos nós possuímos a capacidade de optar pelo conformismo ou seguir como donos dos nossos sonhos. A escolha é nossa, de mais ninguém.

Vamos nos desacostumar dos dias normais. Vamos ser normais. Mas não vamos nos estagnar na rentidão do marasmo. Vamos em busca de manhãs cheias, de relógios dando a hora repentina. Vamos em busca do nosso “ganha pão”. Se não formos, quem irá?

Dias normais são sempre normais. Vamos buscar dias extraordinários. Desiguais em seus desafios. Chega de solidão e mesmice.

Nós queremos exceções.

Queremos dinheiro, não esmolas.

Queremos cultura, não futilidades.

Queremos comida, mas queremos comprá-la.

Queremos emprego, não exploração.

Queremos nossos direitos, não favores.

Queremos tudo que merecemos. Nada mais que isso.

Queremos dignidade. E já passou da hora...

A dor



A dor é inigualável. À medida que toma conta do ser humano vem para nos mostrar e nos fazer refletir o quanto somos frágeis.

A dor, em questão, não é a dor física, mas sim, a dor da alma. Somente aqueles que sentiram sabem descrever a sensação do que é perder sonhos, perder amigos, perder parentes, perder um amor.

Os meus mais sinceros sentimentos às vítimas das enchentes e deslizamentos por esse Brasil afora, em especial, Angra dos Reis.

“Mesmo com tanta ilusão perdida
quebrada
Mesmo com tanto caco de sonho
até hoje
a gente se corta”

(Alex Polari)