Preso na vida de quem?






Acabei de tirar minhas fotos pessoais do blog. Acabei de vê-las por aí pela net como se fossem figurinhas fáceis de achar. Disponíveis para qualquer um pegar e fazer delas o que quiser. E não vejo somente as fotos por aí, vejo frases minhas, trechos dos meus textos sem ao menos citarem a fonte. Sim, tudo bem, talvez não seja a próxima a entrar para a Academia Brasileira de Letras, mas todas as coisas que escrevo por aqui são minhas, exclusivamente minha e das pessoas que se propõem a ler, a comentar, a reler e copiar, que seja, desde que citem a fonte.

Sabe, eu fico pensando que o pior de ser fake pela net, é ser fake na vida. Esse é o pior. Ser fake – ou falso, que seja – é o fim do poço para aquele que não está contente com a sua vida e vai viver a vida dos outros ou uma vida imaginária. Ninguém é perfeito,  nós todos temos defeitos, somos feios, bonitos, ricos, pobres, burros, inteligentes, gordos, sarados, os mais mais do top 10 e por aí vai. E cabe a nós, mudar. Mudar para pior, melhor, muito melhor, que seja, mas cabe mudar.

A palavra mudança dói, amedronta, dá frio na espinha – dá frio em mim também – mas não há outra chance de buscar a felicidade do que mudar o que te incomoda. É difícil – eu sei o quanto é -, mas o primeiro passo é ficar na frente do espelho e se olhar, não superficialmente, mas para dentro da alma, olhar nos olhos e ver, realmente, o que te incomoda, o que te causa aquela ruga, aquela lágrima, aquela dor no estômago, aquela abstinência de coisa boa toda vez que você vai dormir e não consegue. Esse é o primeiro passo, o mais difícil.

Não adianta fugir, por mais que você continue com essa vidinha de fantasia, vai sempre chegar uma hora que a ficha vai cair – geralmente a gente cai antes das fichas, sabia? – e aí você vai fazer o que? Vai procurar outra vida para copiar? Outra vida para cuidar? Outra vida para fazer intriga? Outra vida para invejar? Já repararam quanto trabalho isso dá?

Quando é que você vai se enxergar – de verdade – e perceber que a sua vida é bem melhor de cuidar do que a dos outros?

Boa sorte, após o primeiro passo, o caminho é sem volta – e acredito que para melhor.

8 Responses
  1. Esse texto me fez relembrar a época em que o In.diferentee recebia muitas visitas.. Infelizmente, nós sabemos que 95% das pessoas que acessam o nosso conteúdo vivem de forma "fake". São mentes fracas e desprovidas de conteúdo, que ficam repetindo informações ditadas pela mídia, e se vestindo, comendo e andando da maneira que ela quer.

    Desde a primeira vez que um texto meu foi plagiado, nem esquentei a minha cabeça. Pois se eu entro em um blog desses e vejo belos comentários a respeito dele, sei que o plagiador não terá o mesmo prazer que nós, que criamos, temos ao lê-los.

    Na verdade, beem la no fundo, será sempre um vazio muito grande pra essa pessoa, até que ela caia num buraquinho bem pequenino - e que é difícil passar - que se chama Realidade.

    Juliana, obrigado por fazer parte dos 5% das pessoas que tem conteúdo, que criam boas obras e que tem atenção e carinho ao apreciar as obras de outras pessoas.

    Fique bem, querida.


  2. Fake na vida! Perfeito isso!
    Infelizmente temos essas "pragas" por todos os lados.
    Já vi sim escritos meus espalhados por ai!
    Alguns, até disseram pensar se tratar de um "escritor" há muito falecido... Pelo amor né?
    Mas, fazer-se o que... Este sou eu, gosto de escrever e não vou me punir por conta das mazelas espalhadas por ai!
    Máscaras sempre caem... não importa quanto tempo se leva, mas caem!
    E como bem disse, será que não percebem que o melhor a fazer é cuidar da própria vida?


    Beijos


  3. Jane Prado Says:

    Muito interessante sua colocação, muitas pessoas ficam vivendo a vida de outros quando na verdade o que é preciso é acordar para a sua vida. Já tive muitos problemas com internet pq muitas das vezes não sabemos quem é quem, quem está do outro lado da tela. Mas o que importa é que nós somos verdadeiros, isso é o que importa.


  4. Seus texto esta FANTASTICO! SEM Palavras! Sem palavras!


  5. Juliana nunca mais tinha vindo por aqui, como sempre, escrevendo textos impecáveis. bjos :*


  6. She Says:

    Olá minha querida! Puxa, quanto tempo não venho por aqui, adorei o seu post, pois é infelizmente existem fakes pela vida... E estar na internet ficamos mais vulneráveis a eles... :( Parabéns pelo texto!

    Minha Linda, adorei saber que vc quer o meu livro, mas eu preciso que vc entre na comunidade do meu livro, pelo orkut, para participar, tá?!

    Depois farei tb sorteios pelo meu perfil do orkut e do facebook, se quiser participar é só me adicionar! ;)

    Beijo, beijo!
    She


  7. Já vi alguns plágios (e cópias integrais) ao que eu escrevo.
    O mais curioso é que eu não fico bravo... reclamo com o prevaricador, se tal é possível, mas até fico satisfeito... se copiou, foi porque gostou. Nisso há sinceridade.
    Juliana, não vale a pena ficares zangada... porque te podem roubar tudo, mas há uma coisa que não conseguem: o teu talento.
    Encontrei o teu blogue através de um comentário teu num amigo comum. E como gostei do que vi, comentei...
    Beijo.


  8. Rafa Feck Says:

    Faz um tempo postei este texto no meu blog:

    sobre plágio

    entra
    copia
    espalha aos teus conhecidos
    joga estas palavras pelos cantos
    plagia
    encaixe-as em discursos inflamados
    divide com outros tantos

    porque esta dor de cotovelo é grande demais pra ser só minha!

    (e quem sabe dia destes, eu não dobre uma esquina, vire uma página, e encontre a mim mesmo, ou alguém chorando meus desamores).


    O Nilson é que ta certo, no final até soa como elogio!

    Um abraço

    Rafa Feck