A Elite nossa de cada dia...




Quando passo na banca de jornal e vejo revistas de fofocas e de gente “famosa”, sinto calafrios. Sinto um "revertério" no estômago quando leio notícias de “fulano e seu cachorrinho poodle tiram fotos no jardim” ou “o último namorado da fulana de tal”.

Infelizmente são notícias que vendem. Que rendem uma boa grana. Não! não sou revoltada, não invejo o glamour dos outros. Mas como toda “ocupante” da classe C do país – a dos pobres – fico revoltada.

A elite, no alto da sua torre, bem lá longe na sua cobertura de luxo, não sabe o que o pobre coitado do brasileiro passa. 

Os sorrisos das capas de revistas –e dentro delas- denunciam suas alienações quanto ao “pão que o diabo amassou” que é cotidiano na vida do menos favorecido.

Não! Não sou adepta à política do “hobbin rood”. Porém sou a favor de uma distribuição de renda justa. Com condições de moradia, de cultura, de estudo. Já dizia o poeta: “a gente não quer só comida, quer comida, diversão e arte”

Queremos sim, queremos ser enxergados, queremos ser valorizados.

É claro que tem muita gente boa nesse meio, muitos artistas engajados, muitos jornalistas que honram o diploma. Mas quando se passeia pelo “twitter” de alguns, pelo “blog” de outros, o que mais se vê é uma GRANDE BRIGA DE EGOS. Um querendo aparecer mais que o outro e por aí vai...

Hoje estava pesquisando sobre movimentos sociais e achei uma matéria muito absurda. Já havia ouvido falar neste assunto, mas não tinha tido o desprazer de ler. A matéria, em uma coluna de um jornal muito conceituado de São Paulo, foi escrita por uma pessoa muito “culta” e conhecida na sua função. Jornalista renomada que vomita seu preconceito social e seu elitismo escrachado, não mede conseqüências ao debochar do pobre coitado do brasileiro, aliás, ouvi dizer que a tal pessoa critica tudo quanto é “povo”, enfim, apenas um exemplo do que a “alta sociedade é capaz”, logo abaixo no link.

A matéria é intitulada como “Cultura de bacilos (bactéria)” e tem na sua primeira frase o seguinte: Se usamos verbas públicas para ensinar hip-hop, rap e funk, por que não incluir na lista axé ou dança da garrafa?

Quem quiser ler a matéria e as respostas, a esse desastre jornalístico: clique aqui.

Não sou adepta ao funk, não sou fã de hip-hop ou rap (mas escuto MV Bill) e tão pouco critico quem os faz. Não estamos falando aqui de ritmo musical, estamos falando de Movimentos Sociais. E movimento social é tudo a que o brasileiro desesperado se apega. É no movimento social que muitos saem do crime, abandonam seus pensamentos fúteis ou simplesmente sentem-se mais felizes. O povo brasileiro precisa de muito mais. Já disse isso e todo mundo já sabe. 

Agora criticar o governo porque foram doados 60 mil dólares para o Movimento social do hip-hop (que faz um trabalho belíssimo, procure saber) é o ápice do preconceito social. Parece-me que a ascensão da classe pobre incomoda a elite, assim como foi na ditadura, assim como foi em todos os nossos "500 anos".

Engraçado que ninguém criticou a doação de mais de um milhão de reais dada ao Caetano Veloso (músico magnífico), mas que – cá pra nós- não tem condições de arcar com a sua turnê? Ou porque ninguém criticou a doação de setecentos mil reais dada à cantora Malu Magalhães para que propague sua turnê? Diga-se de passagem, que a cantora tem um contrato com a Sony, uma das maiores gravadores contemporâneas. Enfim, não entendo. Não entendo porque o pobre sempre causa polêmica, sempre se ferra, sempre causa asco, náuseas ou sei lá mais o quê na elite.

Quero seres humanos melhores. Quero dias melhores. Quero meu espaço. Assim como milhões de brasileiros. Chega!

P.S. Vale à pena clicar no link acima e ler todas as respostas dadas a essa “jornalista”. E esse post não foi uma defesa musical, mas sim, uma defesa ao povo brasileiro, pessoas que deveriam ser mais lembradas.

Muita Paz e Luz para todos!

Chove chuva




Acreditar na vida... Apesar de tudo. Ter a esperança de que existe um amanhã. Mesmo que distante...

Não é fácil falar nessas horas. Pior ainda é viver nesse caos, sem ao menos saber se, dessa vez, será a última...


Meus sentimentos às vítimas das enchentes do estado do Rio de Janeiro, principalmente as crianças. Elas não mereciam, aliás, ninguém!


Muita Paz e Luz para todos!